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Este blog surgiu no âmbito da disciplina de projecto multidisciplinar I, da Universidade Católica Portuguesa. Neste seguimento, seleccionamos o tema «A Música» e esperamos corresponder a todas a expectativas criadas acerca deste projecto.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A musica no desenvolvimento do ser humano

   Neste argumento vamos analisar questões que relacionam a música e o desenvolvimento do ser humano. Entende-se que o conceito de desenvolvimento considera o aspecto cognitivo, social e afectivo, segundo o dicionário de Houaiss (2002, pág.989) que  apresenta várias designações para o conceito. Por isso, na linha de Houaiss, não queremos  centrar a ideia de desenvolvimento  apenas no aspecto cognitivo, uma tendência generalizada da nossa civilização actual. 

   Por música entende-se, segundo o dicionário de língua portuguesa, arte de conjugar sons de forma coerente e lógica. A combinação de sons, de forma lógica e coerente, gera melodias sonoramente ricas em significados que proporciona aos seus ouvintes sensações distintas. 
  
   A música afecta o desenvolvimento cognitivo do ser humano.  Muitas pesquisas desenvolvidas em finais de séc. XX, provam que ao comparar cérebros de músicos e não músicos, os do primeiro grupo apresentavam maior quantidade de massa cinzenta, particularmente nas regiões responsáveis pela audição, visão e controle motor (estudo comprovado por Schlaug, da Escola de Medicina de Harvard e Gaser da Universidade de Jena na Alemanha). Muitos outros estudos, confirmam que a prática musical faz com que o cérebro funcione em “rede”,  ligando a parte visual, tacto e audição. Outros estudos efectuados, como o de Losavov, cientista búlgaro,  apontam também que o simples contacto com a música enquanto meros apreciadores e ouvintes, provoca estímulos cerebrais, possuindo um caráter relaxante que permite outro tipo de aprendizagens ou absorção de informações. Ainda outros estudiosos como Schaw, Irvine e Rauscher, pesquisadores da Universidade de Winsconsin, consideram que a música favorece o raciocínio lógico-matemático, considerando que alunos que recebiam aulas de música apresentavam resultados 15 a 41 % superiores em testes de proporções e de fracções do que outras crianças.

   A música é também acusada de afectar o desenvolvimento afectivo dos seres humanos. Numa pesquisa realizada na Universidade de Toronto, Sandra Trehub, comprovou que os bebés permanecem mais calmos e mais alertas, quando expostos a uma melodia serena. Esta experiência vai numa linha de tradição das canções de embalar, sempre presentes nas boas lembranças dos adultos. Por essas razões, a linguagem musical tem sido apontada como uma das áreas do conhecimento mais importante a ser trabalhada na Educação Infantil ao lado da linguagem oral e escrita, do movimento, das artes visuais, da matemática e das ciências humanas e naturais. Estudos mais recentes realizados por Zatorre, da Universidade de McGill (Canadá) e Blood dos Estados Unidos, comprovam que o cérebro das pessoas que ouvem música que lhes provoca emoção, accionam as partes do cérebro relacionadas com estados de euforia. Estes estudos  confirmam que a música tem uma grande importância biológica relacionando-a com os circuitos cerebrais ligados ao prazer.

   Para além disso, a música afecta ainda o desenvolvimento social do ser humano. A música traz efeitos muito significativos no campo da maturação social da criança, uma vez que todos os grupos sociais têm reportórios  musicais específicos que transmitem ao ser humano desde bebe. Além disso a música também é importante sob ponto de vista da maturação individual,  na medida em que as crianças aprendem as regras sociais através da musica. As brincadeiras de criança têm cantigas que são transmitidas de geração em geração, de forma oral, referindo temas como o amor, o trabalho, tristeza, etc. Durante a adolescência a musica tem um papel ainda mais marcante, n a inserção social do jovem, através do visionamento de videoclipes, sendo um marco na construção da sua consciência cívica.

   Podemos então concluir que a música afecta  o desenvolvimento do ser humano a nível cognitivo, afectivo e social. Os estudos atrás mencionados provam  a tese de que esta deverá ser implementada na vida de uma pessoa desde a sua vida intra-uterina de forma a ajudar o seu desenvolvimento.



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